Corregedoria da Câmara do DF vai analisar suspensão de Daniel Donizet; já são 11 ações contra o distrital, diz deputada
01/09/2025
(Foto: Reprodução) Deputado distrital Daniel Donizet em imagem de arquivo.
CLDF/Reprodução
A Mesa Diretora da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) encaminhou, nesta segunda-feira (1º), à Corregedoria da Casa um pedido de suspensão do mandato do deputado distrital Daniel Donizet (MDB) por 30 dias.
O pedido de afastamento foi feito pela Procuradoria Especial da Mulher, formada pelas deputadas Paula Belmonte, Jaqueline Silva (MDB), Dayse Amarilio (PSB) e Doutora Jane Klebia (MDB).
Inicialmente, o grupo pediu a suspensão de Donizet por 90 dias, mas o prazo foi reduzido uma vez que o regimento interno prevê suspensão máxima de 30 dias.
De acordo com a deputada Paula Belmonte, Donizet já responde a 11 pedidos de cassação, sendo dez deles relacionados a denúncias de assédio sexual.
“Nós tínhamos monitorado sete pedidos de cassação, hoje foi informado que temos mais quatro pedidos, dez com o mesmo objeto, sendo denúncias de assédio sexual, e um único sobre a blitz em que ele tentou dar uma carteirada quando estava bêbado”, afirmou Paula à TV Globo.
Ao g1, Daniel Donizet afirmou, por meio de nota, que a decisão da Mesa Diretora “é de natureza política, e não jurídica”. Também disse que não responde a nenhuma ação judicial. O deputado ressaltou que eventuais acusações devem ser analisadas pelo Poder Judiciário.
Caso deve levar cerca de um mês para ser concluído
A Corregedoria informou ao g1 que ainda não foi notificada oficialmente sobre o pedido de suspensão do mandato do deputado. Após a notificação, terá um dia para comunicar o parlamentar investigado, que poderá apresentar esclarecimentos em até dez dias úteis.
Depois dessa etapa, o corregedor Joaquim Roriz (PL) terá 15 dias úteis para elaborar parecer e encaminhá-lo ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar (CEDP).
Se o afastamento for aprovado, o deputado não será remunerado durante o período.
Entenda o pedido
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O pedido da Procuradoria da Mulher se baseia em diferentes denúncias contra o parlamentar, entre elas:
2023: relatos de assédio sexual feitos por ex-servidoras da CLDF.
2023: omissão de socorro em caso de estupro cometido por assessor de gabinete. Além disso, uma garota de programa disse ter sido agredida por Daniel Donizet em um motel da capital.
2025: Andressa Urach denuncia Daniel Donizet por importunação sexual
2025: Novo boletim de ocorrência sobre tentativa de extorsão associada a nova acusação de assédio
2025: Donizet foi flagrado pela Polícia Militar do DF dirigindo com sinais visíveis de embriaguez no Riacho Fundo. Ele se recusou a soprar o bafômetro e tentou intimidar os policiais,
Pedidos de cassação
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Entre os pedidos de cassação que tramitam na Câmara, está o assinado pelo Instituto de Fiscalização e Controle e pelo Observatório Social de Brasília.
Segundo a presidente do Instituto, Jovita Rosa, a conduta de Donizet exige “resposta firme” da CLDF.
“Nós queremos que a Câmara dê essa resposta para a sociedade nessa investigação, se ela procede ou não procede. [...] Nós iremos pessoalmente à Câmara Legislativa, cobrar dos responsáveis, do corregedor ou do próprio Conselho de Ética as providências”, afirmou.
Segundo a Câmara Legislativa do DF, o pedido de cassação passará agora por uma análise jurídica. Caberá à Mesa Diretora decidir se encaminha o caso à Comissão de Ética da Casa.
O presidente da CLDF, Wellington Luiz (MDB), e o presidente do Conselho de Ética, Hermeto (MDB), são do mesmo partido de Donizet, que abriu processo ético-disciplinar contra o parlamentar após o episódio da blitz, mas ainda não decidiu se vai punir ou até expulsar o deputado da sigla.
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